O município de Maquiné, conhecido como a Terra das Cascatas e Capital Nacional do Verde – títulos definidos pelo PL PL 404/2022, de autoria do dep Giovani Cherini e já aprovado pela Câmara dos Deputados; pela Boiúna – uma enorme e extraordinária cobra (por isso mesmo chamada de Boiúna), que em Tupi quer dizer Cobra Negra – comumente vista se arrastando na mata pelos nativos; pelos doces Zucatti – o rei dos mandolates; pelo Zé, um dos habitantes que viveu no local há aproximadamente 6 mil anos, certamente um dos mais antigos do território, onde hoje é o RS, sepultado sob uma rocha em Barra do Ouro; pelos rios que correm n'alma da gente - como bem preconiza o Hino do município; e, pelos hortigranjeiros, cuja produção alimenta milhares de pessoas, incluindo a região metropolitana de Porto Alegre, agora, passa a ser citado como a TERRA DO PUMA.
Há pouco tempo Maquiné virou notícia nacional e internacional pelo fato de um agricultor do município ter sido atacado, de verdade, pelo felino. O caso ocorreu no dia 4 de maio de 2025 - na localidade de Barra do Ouro, há cerca de 4 Km do Recanto dos Dalpiaz, local onde construí uma morada com a minha esposa e onde celebro, todos os finais de semana, a cultura da paz, da harmonia e da boa convivência ambiental.
Quando eu era criança até que ouvia falar sobre a existência dos tais pumas. Mas nunca imaginei que um deles pudesse atacar alguém e, sobretudo, deixar marcas que pudessem confirmar o ataque. Eu sempre soube que eles vivem e procriam na área conhecida como Reserva Biológica da Serra Geral, uma das Unidades de Conservação do Governo do Estado, criada em 1982, que compreende os municípios de Maquiné, Terra de Areia e Itati.
A minha dúvida é: por que diabos o animal abandonou a reserva e desceu até a planície? Veio em busca de comida, acomodação ou, simplesmente para dizer: “eu estou aqui”? E, nesse caso, ataca gente ou não ataca? Pelo sim, pelo não, o jeito é seguir as recomendações dos nossos órgãos ambientais, como o IBAMA e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Ambos tratam o episódio como uma exceção, mas se apressam em deixar o conselho para que, caso alguém aviste o “Puma de Maquiné”, entocado, perambulando pela moita ou na estarda, mantenha distância segura do animal e acione imediatamente o 190 ou o Batalhão Ambiental mais próximo. Simples assim?
A boa notícia é que o PUMA, agora famoso, deverá retornar. Quando isso acontecer, não será para atacar ninguém, mas para dar autógrafos. Tomara que não seja com a unha, no corpo de alguém. Viva o Puma de Maquiné.
Luiz Roberto Dalpiaz Rech - Escritor. Autor do Hino de Maquiné
Nenhum comentário:
Postar um comentário