ANTONIO PAZ/JC
A assembleia realizada no último sábado pela Cooperativa Regional
Tritícola Serrana (Cotrijui), que definiu a liquidação voluntária e apontou o
atual presidente Vanderlei Ribeiro Fragoso como o liquidante, é alvo de
contestação por parte da Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul
(Ocergs). A Ocergs alega que as decisões foram conduzidas de forma
antidemocrática e lembra que seu advogado foi impedido de participar do
encontro realizado em Chiapetta. Até amanhã, a entidade realizar uma denúncia
pedindo uma nova assembleia.
A possibilidade mais forte é o ingresso de uma denúncia
através do Ministério Público (MP). No entanto, o presidente da Ocergs,
Vergílio Perius, lembra que existem outras possibilidades que ainda serão
avaliadas pelos dirigentes da organização. “Estamos preparando o material para
entrar com a denúncia. Até quinta-feira vamos fazer essa movimentação”, afirma.
O dirigente ressalta que não contesta a autoliquidação da Contijui, mas sim a
definição do atual presidente como o condutor do processo. “Essa decisão
deveria ser tomada em outra assembleia. Atropelaram os ritos”, critica.
O presidente da Cotrijui ressalta que a decisão da
assembleia foi soberana e lamenta a postura da Ocergs, pois acredita que era
momento de unir forças na busca da recuperação da entidade. “Mais de dois
terços dos associados aprovaram a decisão e minha nomeação como liquidante.
Essa atitude da Ocergs é política, estão tomando partido junto a um grupo que
esteve 18 anos na diretoria e sonegava os balanços financeiros”, dispara
Vanderlei Ribeiro Fragoso. O dirigente nega que o advogado da Ocergs tenha sido
barrado da assembleia. “Isso é mentira. Eles foram convidados para participar”,
garante.
Fragoso destaca que os primeiros efeitos da moratória já
começam a aparecer. A Cotrijui conseguiu suspender, na Justiça Federal, o
leilão da unidade de armazenamento de grãos em Chiapetta, que estava programado
para ocorrer nesta quarta-feira. Ontem, a cooperativa divulgou detalhes da
terceira etapa do seu plano de recuperação. A prioridade será no saneamento das
contas com credores externos. As dívidas somam, ao todo, R$ 1,2 bilhão.
Para o advogado da Cotrijui, Claudio Lamachia, a
suspensão do leilão que ocorreria na manhã de hoje “demonstra que o remédio
jurídico proposto pela cooperativa estava correto e protege o patrimônio de todos
os associados do Complexo de Chiapetta”. Lamachia reporta que já está buscando
cancelamento de outros leilões futuros, que já estavam designados
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