As cooperativas educacionais e de trabalho geram renda e
formam os profissionais que o mercado demanda cada vez mais, tanto no
cooperativismo quanto em outros setores econômicos. E os números só comprovam
isso. Segundo dados da Organização Internacional da Industria, Artesanal e
Cooperativas de Produtores de Serviços (Cicopa), ao redor do mundo 250 milhões
de pessoas estão empregadas no ambiente cooperativista, ou seja, dentro de
cooperativas ou nos elos da cadeia de seus fornecedores.
O número foi um dos destaques do Encontro dos Ramos
Educacional e Trabalho, realizado hoje em Brasília, pelo Sistema OCB. O tema do
encontro foi: Oportunidades e Desafios para o Desenvolvimento do País. O evento
teve por objetivo apresentar as peculiaridades do cooperativismo e debater o
potencial contributivo destes dois segmentos – Educacional e Trabalho – para o
enfrentamento da crise econômica vivenciada pelos brasileiros.
Do evento participaram cooperativistas de diversas partes do
país e do mundo, como o secretário geral da Cicopa, Bruno Roelands; o
secretário de Assuntos Econômicos da Federação de Cooperativas de Produção do
Uruguai, Luis Maria Alvez Marin, e a vice-presidente da Comissão de
Cooperativismo da Malásia, Hajah Hawa Binti Mohamed Salleh, que explanaram sobre
a realidade do cooperativismo em seus países. Representando o estado do Rio
Grande do Sul participaram a diretora da Ocergs, Margaret Garcia da Cunha, o
presidente da Coeducars, Ricardo Lermen, e a associada da Cootravipa, Elisabete
dos Santos Freitas.
O encontro foi aberto pelo superintendente do Sistema OCB,
Renato Nobile que fez questão de ressaltar a contribuição destes dois ramos
para o cooperativismo brasileiro.
“As cooperativas educacionais têm focado sua atuação no
ensino de qualidade a preço justo. Para além disto, elas promovem remuneração
digna aos professores e, ainda, constituem ferramentas indispensáveis nos
processos de aprendizagem, inclusão e fortalecimento do mercado de trabalho
formal. Da mesma forma, o Ramo Trabalho, apresenta à sociedade uma proposta
diferenciada, de inserção econômica e social. Em consequência disso, está
conquistando um número cada vez maior de cidadãos identificados com a filosofia
cooperativista. Seus cooperados mostram, diariamente, sua força de trabalho,
oferecendo serviços diferenciados como consultoria de informática e engenharia,
segurança e limpeza”, declara o superintendente.
EMPREGABILIDADE – O secretário geral da Cicopa, Bruno
Roelands, apresentou dados de uma pesquisa realizada pela entidade, com 10
países do mundo, inclusive o Brasil. Segundo o levantamento, 12% da população
empregada formalmente no grupo do G20 estão dentro de cooperativas. Em relação
às outras nações, o número de empregos formais gerados por cooperativas é de
15,6 milhões.
“A pesquisa também apontou outra questão, ouvindo os
fornecedores que têm 50% de sua produção destinada às cooperativas. A
constatação foi de que 224 milhões de empregos são gerados, indiretamente, em
função do atendimento ao setor cooperativo”, informa Bruno Roelands.
DIREITO AO TRABALHO – Para o procurador do Ministério
Público do Trabalho da 11ª Região, Jeibson dos Santos Justiniano, convidado
para o painel Cooperativismo e Direito ao Trabalho: Desafio cotidiano na esfera
judiciária, o movimento cooperativista é um modelo econômico que dá direito ao
trabalho. “Não consigo imaginar um modelo de distribuição de riqueza melhor do
que o cooperativismo. De todos os tipos de relação de trabalho, o presente nas
cooperativas, é o mais socialmente justo, pois todo o resultado econômico
obtido é distribuído entre os diversos trabalhadores cooperados”.
OUTRAS OPINIÕES
PROTAGONISMO - “O país tem vivido um momento crítico em sua
economia e nós, que temos os princípios cooperativistas em nosso DNA,
precisamos aproveitar estes momentos de turbulência para repensar nossas
atitudes e, assim, reconstruir tudo que pudermos de forma participativa,
contituindo os melhores cenários para o desenvolvimento do cooperativismo
nacional e fortalecimento da economia.” Petrucio Magalhães Júnior – presidente
do Sistema OCB/AM e representante do ramo Trabalho junto à Diretoria da
OCB
FUTURO – “As discussões de hoje deverão nortear a projetar
as nossas ações de agora em diante, especialmente neste momento de crise
econômica. Aliás, neste ambiente de turbulências é que precisamos fazer a nossa
parte, mostrando à sociedade o quanto o nosso movimento é justo, transparente,
inclusivo e atuante.” Ricardo Lermen – Representante Nacional do Conselho
Consultivo do Ramo Educacional
COMPROMISSO - “Não tenho dúvida de que, se há um setor que
pode oferecer respostas à crise econômica do país, por meio da geração de
emprego e renda principalmente aos jovens, é o cooperativismo. Então, que
assumamos este papel, pois só assim prosperaremos.” Geraldo Magela – coordenador
do Conselho Consultivo do Ramo Trabalho
ESSÊNCIA - “A melhor resposta que podemos dar à crise que
assola não só o Brasil, mas o mundo, é gerar empregos e cuidar das pessoas. É
isso que fazemos essencialmente.” Bruno Roelands – secretário geral Organização
Internacional da Industria, Artesanal e Cooperativas de Produtores de Serviços
(Cicopa)
COOPERAÇÃO – “Em tempos de crise global, como o que
vivenciamos atualmente, nada melhor do que cooperar, aliás, a vida carece
cooperação.” Luis Maria Alvez Marin - secretário de Assuntos Econômicos da
Federação de Cooperativas de Produção do Uruguai
PROSPERIDADE - “Se você tem um grupo de pessoas, você tem
uma escolha: o cooperativismo. Prosperar depende disso!” Hajah Hawa Binti
Mohamed Salleh - vice-presidente da Comissão de Cooperativismo da Malásia
EXERCÍCIO DA COOPERAÇÃO – O painel Cooperativismo na
prática: conhecimento gerado no exercício da cooperação, foi realizado com a
participação de representantes das cooperativas que apresentaram seus cases.
São eles:
- Márcia Benke - Cooperativa de Ensino de Língua Estrangeira
Moderna (COOPLEM);
- Gleidson Helena Martins - Cooperativa de Trabalho
Educacional Colégio Professor Clóvis Tavares Pró Uni Ltda;
- Maria José de Faria Leite – Cooperativa Educacional de São
Roque de Minas (CES);
- Antônio Francisco Martin Rolim – Centro Paula Souza;
- Elisabete dos Santos Freitas – Cooperativa de Trabalho,
Produção e Comercialização dos Trabalhadores Autônomos das Vilas de Porto
Alegre (COOTRAVIPA);
- Luciano Ferreira Lopes – Cooperativa de Trabalho dos
Profissionais de Agronomia (UNICAMPO);
- Márcia Mamede de Brito – Cooperativa de Trabalho de
Produção Aliança de Catadores de Resíduos Recicláveis do Estado do Amazonas
(Aliança);
- Claudinéia Alvarenga da Silva – Cooperativa Árvore da Vida
(Cooperárvore).
Fonte: OCB