segunda-feira, 30 de junho de 2014

"Cooperativismo: o homem mais perto de um mundo mais justo"



Poesia de Jaime Caetano Braum, que foi encomendada pela equipe de comunicação da Fecotrigo, em 1978. Enviada pelo amigo Helio Musskopf, .faz parte do livro que ele e o professor Fritz Roloff publicaram, através da AGPTEA, pela Imprensa Livre Editora: COOPERATIVISMO: O HOMEM MAIS PERTO DE UM MUNDO MAIS JUSTO:...

Na majestade infinita, da região hoje plantada,
pelo Guarani habitada, um dia chega o Jesuíta,
na catequese bendita, do índio de alma primária,
pra unir com fé doutrinária, lavoura, oficina e templo,
dando à América o exemplo da vida comunitária!

É a iniciativa privada, orientada e coletiva,
é a ideia Cooperativa, é a vivência organizada;
Mas um dia chega a espada, e a ambição pelo poder,
ao índio restou morrer, pois negou-lhe a prepotência,
a lei maior da existência: o Direito de Viver!

Após terríveis chacinas, da opressão contra o direito,
sem o mínimo respeito, nem pelas santas batinas,
restaram somente ruínas, e a inesquecível lição,
do índio de pé no chão, aos que o iriam suceder:
tudo é possível fazer, com fé, vontade e união!

O sino das Reduções, silenciou nos descampados,
quase cem anos passados, vieram novas gerações,
no chão daqueles rincões, que tanta legenda encerra,
há um novo grito de guerra ecoando nos corredores,
pastores e agricultores, cantando os cantos da terra!

Na querência missioneira, fronteiras e serranias,
em vez das notas bravias, da velha inúbia guerreira,
há uma imensa cabeleira, flamejante de cereais,
dos restos de catedrais, brotou cultura e semente,
algo eterno e permanente pra não morrer nunca mais!

E os que cresceram peleando, rasgando as primeiras sendas,
os que plantaram legendas, sementes estão plantando,
plantando e se organizando, na pecuária e na agricultura,
porque a gente da planura entende desses assuntos,
e sabe que - pegar juntos se traduz na união mais pura!

E assim o agricultor, que está cooperativado,
tem direito assegurado, ao fruto de seu labor,
e não o tem por favor, mas porque não ficou mudo,
- com estudo – ou sem estudo e sem ir atrás de engôdos,
sabe que tudo é de todos, e que tem direito a tudo!

E venceremos assim essa luta macanuda, em cada mão uma ajuda,
em cada voz um clarim, e chegaremos ao fim,
todos juntos – que sozinho falta calor de carinho
e luz para a iniciativa, que é sempre a Cooperativa
que aponta o melhor caminho!

O chão do nosso batismo, que peleando conquistamos,
ao futuro projetamos, com alma e com patriotismo:
VIVA o Cooperativismo! – Irmão ajudando irmão,
que até ao tomar chimarrão, escutando uma cordeona,
a tudo se soluciona, força da união pela união!

E por fim, a segurança, prêmio do trabalho honrado,
do presente e do passado que no futuro se lança
na imagem de uma criança, diante do cenário augusto.
- Peguemos juntos, sem susto, escolhendo o líder certo,
levando o homem mais perto de um mundo muito mais justo!

Jaime Caetano Braun

sexta-feira, 27 de junho de 2014

A segunda onda do Cooperativismo, por Roberto Rodrigues


Por Roberto Rodrigues – constante na obra “O Cooperativismo de Crédito no Brasil do século XX ao século XXI – edição comemorativa“, organizado por Diva Benevides Pinho e Valdecir Manoel Affonso Palhares. Confebras, 2004. (589)
 
 
O cooperativismo como doutrina, com seus valores básicos, princípios, uma ética básica, todo um conjunto dogmático de regras que compõem a doutrina, na verdade, só floresce em cooperativas dentro de três condições básicas. Primeiro, é preciso que haja uma necessidade, porque é um movimento de base. Então, a base deve sentir a necessidade e esta surge sempre de pressões externas que atrapalham alguma comunidade.
Segundo, ela precisa ter viabilidade econômica. A cooperativa não tem a menor condição de ser uma “sociedade de poetas mortos”, não é uma brincadeira romântica, é uma empresa atuante. Então, tem de ter viabilidade econômica.

E terceiro, precisa haver liderança, porque sem liderança, nada funciona bem.
Na verdade, as cooperativas surgiram pós-Revolução Industrial, porque ela gerou dois movimentos simultâneos: exclusão social e concentração da renda. Daí cresceu o que eu chamo de primeira onda da história cooperativista, em 1844, na Inglaterra. Nasceu e esparramou-se pelo mundo inteiro, transformando-se no maior movimento social da história universal, abrangendo, atualmente, 1 bilhão de filados no mundo inteiro. Se considerarmos que cada pessoa representa 3 familiares, isto significa um total de 3 bilhões de pessoas, ou 40% da humanidade.
Essa primeira onda, na qual o cooperativismo foi tratado como a Terceira Via entre o capitalismo e o socialismo, para promover o desenvolvimento econômico social, durou até a queda do muro de Berlim. Quando o muro caiu, o socialismo sofreu um desmaio profundo, do qual ainda não se recuperou, e o capitalismo se desmembrou, seguindo mais o liberalismo do que o modelo capitalista comercial.

Então, por um período de dez a quinze anos, o cooperativismo perdeu um pouco o seu sentido porque, de certa forma, todos os efeitos perversos do modelo da Revolução Industrial esvaíram-se no tempo. Isto até que os efeitos da economia globalizada passaram a ter resultados muito similares a uma Revolução Industrial. Voltaram os problemas, e com ele, de novo, a concentração e a exclusão. Isto produziu o que estou denominando de segunda onda da história cooperativista, ou seja, um recrudescimento do movimento, só que com outras responsabilidades. Durante um século e meio, o cooperativismo foi uma doutrina socioeconômica que visava corrigir o social por meio do econômico. Esta é a definição clássica de cooperativismo. Portanto, preocupada com as questões sociais e econômicas. Com o surgimento da economia globalizada, somada ao liberalismo comercial, os problemas de exclusão e de concentração aumentaram a tal ponto que a democracia e a paz no mundo ficaram ameaçadas.
Hoje, estou convencido de que os governos centrais são cada dia mais incapazes de resolver os problemas comuns das pessoas comuns, como nós. O cidadão comum preocupa-se com o desemprego, a sustentabilidade da atividade produtiva, o acesso à educação, saúde, habitação, aposentadoria, lazer, às coisas do dia-a-dia. E os governos não resolvem mais isso. A decisão de investir para gerar emprego, ou não, é do capital, sem preocupações com ética, filosofia, religião, ideologia, nada. O capital só se preocupa com a própria acumulação. Mas, como os excluídos não sabem disso, nem percebem isso, culpam o governo. Então, cada eleição, em qualquer lugar do mundo, é um plebiscito contra o governo. Então, as oposições ganham, não porque sejam necessariamente melhores, mas porque o governo, por questões estruturais, não consegue resolver os problemas das pessoas.

Qual é o risco? É um problema a oposição ganhar? Não. Faz parte da lógica democrática. O problema é que a oposição ganha e também não consegue resolver. Então, o conceito de democracia vai sendo erodido. A Argentina é um exemplo, e lá há pessoas falando em voltar ao regime militar.
Então, a solução está na ação das bases comunitárias. E é por esta razão que o cooperativismo ressurge. Não mais como um rio fluindo entre as duas margens – capitalismo e socialismo, cada um de um lado. Mas uma ponte juntando as margens – de um lado, o mercado, e na outra margem, o bem-estar das comunidades, a felicidade das pessoas. O cooperativismo é essa ponte; é a defesa da democracia e da paz, na medida em que ele combate a exclusão e a concentração.
O cooperativismo passa a ter, no Terceiro Milênio, na segunda onda da sua história, uma função que transcende a tradicional função social e econômica, para ganhar uma nova dimensão de caráter político, que é a defesa da democracia, o combate aos efeitos negativos da dubiedade econômica do liberalismo, tal como no século XIX combateu os efeitos negativos da Revolução Industrial.
Essa é a consistência nova do cooperativismo. Razão pela qual se diz que há um renascimento do movimento cooperativo fortemente impulsionado por governos de países desenvolvidos. Por quê? Em primeiro lugar, porque a consciência solidária, nesses países, é mais consistente. Viveram momentos na História nos quais a solidariedade se transformou numa necessidade.
E o que diferencia um país desenvolvido de um país não desenvolvido é o grau de organização da sociedade. No Brasil, nós sempre ficamos esperando que o “papai governo” resolva nossos problemas e, por isto, ficamos à margem do processo.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Profundo conhecedor da vida e obra do Padre Amstad

O Padre Theodor Amstad, foi agraciado in memorian, com a Medalha Ordem do Mérito Farroupilha. 
O presidente do Instituto do Desenvolvimento do Cooperativismo, Emiliano Limberger, recebeu a medalha em nome dos familiares de Amstad, que vivem na Suíça. 
Justiça seja feita. O cooperativista, advogado e historiador Emiliano Limberger é profundo conhecedor da doutrina cooperativista do Padre Theodor Amstat. Autor de vários livros, colabora na fundação e continuidade de diversas iniciativas cooperativas no Estado, inclusive da Cooperativa Ecológica Coolméia. Infelizmente não é entendido por muitos. O cooperativismo um dia sentirá saudades deste GRANDE IDEALISTA. "O Padre Amstad foi um pioneiro, não só do cooperativismo no Estado o que, por si, já faria jus à honraria. Mas sua atuação incluiu ainda a defesa da participação da mulher em todos os setores sociais, o ecumenismo como a verdadeira forma de vivenciar a religiosidade, a preservação do meio ambiente e a atenção permanente a toda forma de dominação, especialmente econômica

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Rádios cooperativas transmitem a Copa

A transmissão da Copa do Mundo no Brasil não fica restrita aos grandes meios de comunicação. Na Argentina, por exemplo, o mundial também pode ser acompanhado por meio de rádios cooperativas, como a Rádio Gran Buenos Aires, que retransmite o mundial para outras 40 emissoras do país. A economia social das cooperativas só foi possível com a aprovação da Lei de Meios Audiovisuais, promulgada em 2009, pela presidenta Cristina Kirchner, e declarada constitucional em 2013. A cobertura da Copa do Mundo pela rádio evidencia os pontos em comum entre as cooperativas e o esporte. Rádios cooperativas de outros países também estão transmitindo a Copa do Mundo. Alguma Rádio Cooperativa brasileira? 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Dia Internacional do Cooperativismo. POPULORUM PROGRESSIO



Neste ano, a celebração ocorrerá no dia 5 de julho. A frase definida é: “Cooperativas conquistam desenvolvimento sustentável para todos”. De acordo com a ACI, o setor cooperativo tem de explicar e demonstrar ao mundo que a sustentabilidade é parte intrínseca de sua natureza, visto que ao se concentrarem nas necessidades humanas, elas respondem à crise de sustentabilidade atual.
No ano de 1923, no Congresso da Aliança Cooperativa Internacional – ACI, ficou estabelecido o Dia Internacional do Cooperativismo, a ser comemorado, anualmente, no primeiro sábado do mês de julho.


A cooperação é a palavra desse milênio. Aliás, em 1967 o Papa Paulo VI publicou a Cartilha POPULORUM PROGRESSIO sobre o desenvolvimento dos povos. Nela, afirma que o  desenvolvimento integral do homem não pode realizar-se sem o desenvolvimento solidário da humanidade e que o homem deve encontrar o homem, as nações devem encontrar-se como irmãos e irmãs. O Papa chega a sugerir a busca de meios de organização e de cooperação, concretos e práticos, para pôr em comum os recursos disponíveis e realizar, assim, uma verdadeira comunhão entre todas as nações.

Cooperativa de jornalistas é contratada para cobrir jogos da Copa

A Cooperativa de Comunicação do Amazonas (Coopcom) foi contratada pela Agora Telecom, empresa de telecomunicação com sede em São Paulo, em parceria com a Cambium Networks, para fazer a cobertura dos jogos da Seleção Brasileira no Amazonas.
Os cooperados Priscilla Torres e Sidomir Matos, profissionais de imagem fotográfica e vídeo, trabalharam na cobertura do primeiro evento. A coordenação da equipe foi feita pelo presidente da cooperativa, Eliezer Favacho.
 O contrato com a Coopcom foi para cobrir a primeira etapa do Projeto Rede Estadual de Comunicação do Amazonas, iniciativa comandada pela Secretaria Estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia (Secti) e Empresa de Processamento de Dados do Amazonas (Prodam), que compreende a implantação de infraestrutura para oferta de sinal de internet às cidades localizadas ao longo de toda a extensão do Gasoduto Coari-Manaus.

 A Agora Telecom participa do projeto fornecendo equipamentos Cambium Networks, além de soluções Extreme Networks e Fortinet, que permitem aproveitar a fibra provida pela Rede Estadual de Comunicação para levar conectividade com segurança a órgãos públicos de 23 cidades do interior amazonense, além de fornecer WiFi gratuito à população em praças públicas. (Assimp Sistema OCB/AM)

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Um paradigma holístico para o COOPERATIVISMO


Curso de "Liderança de Paradigma Holístico" ministrado pela Cooperativa Universidade de Líderes Juventude Sem Fronteiras - COOPLÍDER, aos colaboradores da COTRISAL - Sarandi.
 Precisamos entender que  estamos vivendo um momento de implementação da COOPERATIVA INTEGRAL,  que passa pela necessidade de  educar os associados e dirigentes em todas as suas potencialidades, não apenas as cognitivas ou intelectuais, mas também as afetivas, artísticas, espirituais, os valores, a saúde, o corpo, etc.  A educação cooperativista tradicional está impregnada do pensamento analítico ou cartesiano. É um esquema de educação centrada no conteúdo e não para as “outras” inteligências e as outras dimensões do ser humano.  Vamos voltar a falar mais sobre a Cooperativa Integral (Holística).

Curso de "Liderança no Paradigma Holístico" ministrado pela Cooperativa Universidade de Líderes Juventude Sem Fronteiras - COOPLÍDER, aos colaboradores da COTRIJAL, Não-Me-Toque

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Lasier Martins: vocação cooperativista


Acompanhado do deputado federal Giovani Cherini, vice-presidente da FRENCOOP, o pré-candidato ao Senado, Lasier Martins, visitou ontem (12), a Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul.  A dupla foi recepcionada pelo presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS,  Vergilio Perius e  representantes dos ramos Agropecuário, Crédito, Trabalho e Infraestrutura.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

PADRE COOPERATIVISTA: Padre Theodor Amstad, um pioneiro na construção de comunidades


Texto de José Odelso Schneider sj (PPGCS/CESCOOP/UNISINOS) falando do Padre Theodor Amstad, o fundador da Sicredi Pioneira RS, a primeira Cooperativa de Crédito da América Latina, e também de muitas outras cooperativas de crédito.
Padre Theodor Amstad
Amstad foi seguramente um relevante e criativo pioneiro na articulação e no desenvolvimento dos micro e pequenos agentes de produção rural, industrial e de serviços, especialmente em Municípios dos Vales do Rio dos Sinos e do Vale do Rio Caì. Padre Teodoro Amstad nasceu na Suíça em 09 de novembro de 1851. Veio para o nosso país em 1885, procedente da Inglaterra, onde concluiu seus estudos teológicos.
Trabalhou na região do Vale do Rio Caí de 1885 a 1905, tendo como sede a paróquia de São Sebastião do Caí; e que atendia às comunidades de São Salvador/Tupandi, Pareci Novo, Bom Princípio, Santo Inácio da Feliz, Nova Petrópolis, Caxias do Sul e Cima da Serra – atual São Francisco de Paula.
Como suíço dominava também a língua italiana, o que facilitava suas visitas à Região de imigração italiana articulando-os em torno de cooperativas.
Posteriormente, de 1905 a 1923 atendia pastoralmente na região do vale do Rio Taquari , ano em que teve uma queda de cavalo, com seqüelas na coluna que o obrigaram desde então, a andar em cadeira de rodas.

Nestes 38 anos de atividades pastorais e sociais diretas, percorreu segundo depoimentos da época cerca de 80 mil km no lombo da mula (em média, cerca de 40 km por semana) . Por isso, após o acidente, em 1923 foi transferido para uma casa dos jesuítas em São Leopoldo, ali permanecendo até sua morte em 1938. Mas, com seus escritos e suas múltiples correspondências, continuou acompanhando as 13 cooperativas que havia ajudado a fundar diretamente e a própria Sociedade União Popular (Volksverein), da qual era o Secretário.
Segundo o depoimento do próprio Pe. Amstad, como auxiliar por 15 anos do pároco de Caì, percorria em média 5.000 km anuais (em torno a 96 km. semanais), desde Pareci Novo até a atual Caxias do Sul no lombo da mula, que considerando as dificuldades das estradas de então, em sua “viatura ” percorria em média uns  7 km por hora.
Como sacerdote católico, desenvolveu uma benemérita ação pastoral, manifestada em meritórias iniciativas de cunho apostólico e social, destacando-se pelo pioneirismo em diversas atividades. Teve capital importância junto com lideranças católicas e evangélicas na criação da Primeira Associação de Agricultores do RS, em 1900 na então Santa Catarina da Feliz. Foi pioneiro também na difusão do cooperativismo, merecendo menção especial sua histórica plataforma do Movimento Cooperativo enunciada na tarde de 25 de fevereiro de 1900, quando proferiu, durante o III Congresso de Agricultores do RS, realizado na cidade de Feliz, célebre conferência, em que participaram cerca de cinco mil pessoas. Denunciou então “a dependência econômica do Brasil – a nova escravatura instalada no país – exploração dos agricultores: baixos preços pagos aos produtos agrícolas, ameaça de aumento da dívida externa; exportar mais e importar menos e apelo à União e proposta de organização (cooperativas)”. Ou segundo sua denùncia: os agricultores transferem carroçadas de produtos às cidades, donde retornam com apenas algumas bugigangas sob os braços…
Dois anos depois, com um grupo de produtores rurais familiares, funda em Linha Imperial, então Município do Caí e depois de Nova Petrópolis, a 28 de dezembro 1902, a primeira cooperativa de crédito do Brasil e da América Latina. Esta funciona ininterruptamente até hoje, já acumulando uma experiência de 109 anos a serviço dos pequenos poupadores e prestamistas, que geralmente não tem acesso aos Bancos Convencionais. Esta cooperativa pioneira, junto com outras sete cooperativas de crédito que sobreviveram às medidas oficiais promulgadas em 1966, passaram a ser as inspiradoras do modelo que com a assessoria de Mario Kruel Guimarães, em 1980 se reestruturou como o Sistema SICREDI/RS, que rapidamente se expandiu, inclusive criando um próspero Banco próprio em Porto Alegre e hoje amplamente difundido pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso Norte e São Paulo, com 1,8 milhões de associados, todos procurando ser CO-PROPRIETÁRIOS e reais PROTAGONISTAS do sistema. Em outros Estados do País atua o Sistema SICOOB , igualmente com Banco Próprio e com sede em Brasília, e também voltado ao micro e pequeno poupador e prestamista e em constante interação, até com intercâmbio e transferência de tecnologias, com o sistema SICREDI. Ambos os sistemas, mais outros sistemas de crédito cooperativado da economia solidária já são responsáveis hoje por aproximadamente de 5 milhões de associados no País. Mencione-se ainda a participação de lideranças religiosas , católicas e evangélicas, na fundação de muitas cooperativas locais, seja de crédito como também de outros ramos ou setores de atividades.
A Sociedade União Popular
A Sociedade UNIÃO POPULAR (Volksverein) fundada por Amstad em 1912, tendo depois como seu condutor o Pe. João Batista Rick, e mais a colaboração do Pe. Maximilian Von Lassberg, contribuiu para a fundação da então Colônia de Cerro Azul – hoje Cerro Largo, de Santo Cristo , ambas no RS, mais a Colônia de Porto Novo, hoje Itapiranga e São João do Oeste em Santa Catarina, como também as colônias em Puerto Rico, Capiovi e San Alberto na Província de Misiones, Argentina. Além disso, a Sociedade contribuiu na Fundação do Leprosário de Itapoã, no Amparo Santa Cruz de Belém Velho que abrigava filhos de famílias leprosas e mais os Hospitais Sagrada Família de São Sebastião do Caì, de Cerro Largo e de Itapiranga. Outra meritória iniciativa da SOCIEDADE UNIAO POPULAR, foi a fundação , em Novo Hamburgo, de uma Escola para a formação de professores paroquiais procurando formar quadros competentes, para atuarem nas Escolas Paroquiais das Regiões de colonização germânica e até italiana , suprindo assim, na ausência da educação universal e pública, a relevante função educacional e cultural das comunidades, que apenas várias décadas depois passaria a ser função precípua dos poderes públicos municipais, estaduais e federal.
Passados uns bons anos e após tantos desvirtuamentos econômicos e sociais na sociedade brasileira, opera-se hoje, transcorrido um século, um salutar resgate da autenticidade do cooperativismo com base nas idéias do eminente padre, que privilegiava a cooperação e a solidariedade em substituição à concorrência e ao conflito, processos esses cada vez mais ávidos pela acumulação e concentração de bens e riquezas, próprias do sistema capitalista. Pois segundo ele, se uma grande pedra se interpõe no nosso caminho, uma só pessoa não conseguirá movê-la dali. Mas, a união e o esforço conjunto de várias pessoas, conseguirá tirá-la do caminho.

O Pe. Amstad trabalhou também e intensamente no desenvolvimento do ecumenismo. Sua ação pastoral foi repleta de espírito e fatos ecumênicos, ao tempo que nossas igrejas cristãs digladiavam-se abertamente, tendo como bandeira questões referentes às escolas e aos sacramentos. Por isso ao longo dos 12 anos que acompanhou a Associação de Agricultores (Bauerverein), de 1900 a 1912, promovia-se anualmente, em parceria entre lideranças católicas e evangélicas, padres e pastores, as Semanas Rurais, onde se estudavam e debatiam os principais problemas e desafios dos pequenos e médios agricultores da época: como preservar os solos férteis e nossas riquezas florestais, como comercializar a produção rural, sem ser explorado ou espoliado na comercialização, etc.
Por outro lado, também foi precursor dos direitos das mulheres quando em 1912 lutou de forma inovadora, pela participação feminina em associações, como na própria Associação Sociedade União Popular (Volksverein). Destacou-se na comunicação social, com a participação importante em diversas publicações. O “Skt. Paulusblatt” que ainda é mensalmente editado, teve a participação decisiva de Amstad no seu lançamento. Podemos referir ainda o “Bauernfreund”, que foi inaugurado ecumenicamente quando da fundação do Associação de Agricultores. O almanaque “Familienfreund” passou a circular posteriormente como Anuário da Família (Familien Kalender).
Também atuou como ecologista. Nessa área, foi o precursor da valorização dos compostos orgânicos para a refertilizaçao dos solos agrícolas e do ensinamento traduzido na seguinte expressão: “para cada árvore derrubada plantar, no mínimo, uma outra”, pois o cuidado com as florestas e o próprio reflorestamento eram temas obrigatórios de debate nas Semanas Rurais entre 1900 e 1912.
Padre Teodoro Amstad faleceu aos 87 anos, na noite de 08 de novembro de 1938, em São Leopoldo, deixando na esteira de sua vida muitas obras e iniciativas de relevante impacto social e comunitário, sempre propondo como condição do êxito das mesmas, o aprendizado, o protagonismo e o crescimento na solidariedade e na cooperação. Suas iniciativas de caráter benemérito estão gravadas entre nós e nos servem de exemplo e estímulo.

terça-feira, 10 de junho de 2014

COOPERATIVA SOCIAL RECEBE APOIO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS


Porto Alegre: Coopersocial ,(Cooperativa Social de Produção e de Prestação de Serviço de POA), que atende pessoas adultas com deficiência através da prestação de serviço e fabricação de sacos para lixo e fraldas geriátricas.conforme Lei 9.867 .
 
Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de lei nº 6358/2013, de autoria do deputado Giovani Cherini  que dispõe sobre a criação e o funcionamento de Cooperativas Sociais, visando à integração social dos cidadãos. O cooperativista Giovani Cherini  defende mudança da legislação para que as Cooperativas Sociais deixem de passar pelas imensas dificuldades na consecução de suas atividades e na viabilização do objeto para o qual foram constituídas.  Infelizmente a proposta encontra-se parada na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. Em Porto Alegre temos a COOPERSOCIAL - Cooperativa Social de Produção e de Prestação de Serviços de Porto Alegre Ltda. É uma entidade sem fins lucrativos que tem por objetivo a inclusão social de pessoas portadoras de deficiência através de atividades produtivas, entre elas a industrialização e comercialização de fraldas geriátricas e sacos para lixo, e montagens de materiais e peças industriais. Belo exemplo.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Futebol e cooperativismo: o que tem em comum!?


 por Ênio Meinen
 
Estamos no mês em que se dá a largada para a mais importante competição esportiva do mundo, tendo o Brasil como sede.
 O futebol, que por si só já exerce uma grande atração, assume especial protagonismo nesses dias, sendo tema de candentes e apaixonados debates ao redor do Planeta. Tanto aqui como na Inglaterra, versado em um só “idioma”, será esse o assunto principal das conversas de rua, ônibus, botecos e até mesmo de reuniões de executivos não convocadas para esse fim!
  E por falar em Inglaterra, é precisamente lá que começam as coincidências entre o esporte das multidões e o cooperativismo. Foram os ingleses, com efeito, que, em 1844, deram origem ao movimento cooperativo tal como o conhecemos hoje, e também é deles o pioneirismo do futebol moderno, porquanto, em 1863, lá fundaram a primeira associação de clubes (Football Association – FA, atual versão da Federação Inglesa), sob a qual criaram as primeiras regras do futebol atual.
  Cooperativas e clubes de futebol são espécies do mesmo gênero societário, organizando-se sob a égide de entidades associativas, de 1º, 2º e 3º níveis (cooperativas singulares, centrais e confederações x associações, federações e confederações de futebol).  Há, até, situações em que o futebol se estrutura sob o modelo jurídico-cooperativo propriamente dito. É o caso, por exemplo, do FC Barcelona, time mais conhecido, vitorioso e admirado do mundo – com 150 milhões de torcedores -, congregando cerca de 175.000 sócios/cooperados. Ao seu lado, outro clube espanhol opera sob bases genuinamente cooperativistas. Trata-se do Real Madrid, atual campeão da “UEFA Champions League”, principal competição interclubles depois do mundial da categoria (vide “The Success of the cooperative model in football”: www.sommetinter.coop/cms/success-cooperative-model-football)
  O futebol tomou o Globo, assim como o movimento cooperativo. Hoje, aquele é o maior fenômeno social da humanidade (capaz de reunir 3,2 bilhões de pessoas para acompanhar a final da Copa de 2010, sendo praticado por 265 milhões de atletas, segundo dados da Fifa), ao passo que o cooperativismo, como expressão socioeconômica, forma a maior organização não governamental do mundo, com mais de 1 bilhão de membros (considerando o conjunto familiar dos sócios, estima-me pelo menos 3 bilhões de envolvidos com a causa). Como já dizia Vinícius de Moraes, o futebol é uma “paixão mundial”, um “ideal de vida”, simpatia e objetivo que o cooperativismo, em idêntica abrangência e extensão, também representa para os seus simpatizantes.
  Por aqui, embora a sua relevância e apelo socioeconômico, o cooperativismo financeiro, para falar de uma das vertentes cooperativistas, detém parcela correspondente a apenas 2% da indústria financeira (posição dos ativos, conforme dados do Banco Central do Brasil), enquanto o nosso futebol, adorado entre os brasileiros e cultuado além de nossas fronteiras, também não representa mais que 2% do PIB doméstico (segundo a empresa Pluri Consultoria, de Curitiba – PR) e tem semelhante fatia do mercado global da bola, que movimenta em torno de US$ 1 trilhão por ano (de acordo com informações do Ministério do Esporte). Nos dois casos, tomando por referência as melhores experiências internacionais em empreendedorismo futebolístico e cooperativista, o potencial de expansão é equivalentemente considerável.
  A propósito, pensando em estratégias que possam mudar o quadro, a aglutinação entre cooperativas (através de incorporações e fusões) e o aprimoramento de sua governança têm-se mostrado medidas exitosas para fortalecer e acelerar o seu crescimento lá fora e aqui, soluções essas que também mereceriam ser testadas como movimentos a, no futuro, tornarem os nossos clubes mais sólidos e virtuosos (intra e extra campo).
  O sucesso do futebol tem tudo a ver com a soma de esforços entre os atletas (cooperação/espírito de equipe). Nas cooperativas, a união representa o seu próprio DNA. Em matéria de futebol e cooperativismo, definitivamente, não se vence sozinho. A vaidade e o egoísmo (“eu tudo”), nos dois casos, são nocivos e costumam ser fatais! (na lição de Bernardinho, vitorioso e expoente do coletivismo esportivo, “a vaidade é inimiga do espírito de equipe“).
  Em ambas as iniciativas, o investimento em “pratas da casa” costuma dar os melhores resultados, pois quem surge e cresce dentro da cooperativa e do clube assimila a sua “cultura”, desenvolve o espírito de pertencimento e verdadeiramente “veste a camisa”.
  Assim como a ocupação de espaço no campo de jogo é um movimento tático fundamental no futebol, a presença em localidades pouco povoadas revela uma das grandes virtudes do cooperativismo financeiro.
  Tanto no ambiente cooperativo quanto no futebol, o protagonismo dos seus públicos é essencial para o alcance dos resultados. No futebol, a torcida presente aos estádios representa incentivo fundamental para as vitórias de seu clube, enquanto no cooperativismo a participação dos associados motiva a direção para o cumprimento de suas metas e assegura a sustentabilidade do movimento.
  O futebol é um esporte inclusivo e igualitário, em torno do qual todos os estamentos sociais, cores e credos se encontram e confraternizam, enquanto o cooperativismo, por princípio, também não escolhe ou discrimina os seus membros, sendo frequentado por ricos e pobres, religiosos e não-religiosos, homens e mulheres, velhos e jovens, partidários e apartidários, enfim, por todos que queiram usufruir de seus benefícios. Aliás, tanto um quanto o outro, desde a sua origem, reúnem entre seus fins mais nobres o combate a toda e qualquer espécie de preconceito e exclusão sociais, incluindo o elitismo e o racismo.
  Tal qual o cooperativismo, que tem entre os seus objetivos melhorar a qualidade de vida nas comunidades em que atua, o futebol carrega um apelo muito forte no campo da solidariedade, mobilizando cada vez mais pessoas em torno de projetos voltados para crianças e jovens carentes (vide, entre nós, as iniciativas do Cafu e do Raí, ex-craques da Seleção).
  Enfim, futebol e cooperativismo, “identidade” de muitos e mais que presentes na cultura universal, são, por definição, “patrimônio” de multidões, simbolizando uma verdadeira copropriedade multicoletiva.
  Não é sem motivo, portanto, que as duas inciativas constituam forte apelo popular, e por isso são destaque nos meios de comunicação. Como tema socialmente apreciado, a exemplo do futebol, o cooperativismo, notadamente o financeiro, há algum tempo vem merecendo generoso espaço na mídia, tendo caído no gosto do povo e, no seu âmbito, também caminha para uma espécie de “preferência nacional”.
  Agora, os cooperativistas temos de reconhecer que o futebol leva a melhor em um importante quesito: a fidelização! Enquanto no movimento cooperativo muitos associados militam (operam) também na concorrência, no futebol isso é impensável. Imaginemos alguém ser torcedor do Bahia e do Vitória ao mesmo tempo; do Flamengo e do Vasco; do Atlético e do Cruzeiro; do Palmeiras e do Corinthians; do Atlético e do Coritiba; do Figueirense e do Avaí;… do Colorado e do Grêmio…!? Sem chance! Que sirva de exemplo…
  Bem, a Copa está aí (e aqui!), e, quem sabe, voltemos a formar a “corrente pra frente”, dando impulso ao 6º princípio universal do movimento cooperativo, unindo-nos, em intercooperação, com o futebol brasileiro, do qual somos todos sociossimpatizantes!
  Rumo ao HEXA dentro das “quatro linhas”, e à conquista do troféu da igualdade, da inclusão, da dignidade e da prosperidade sociais!
 “La fórmula del hombre que quiere triunfar: no luchar en solitario”! (homenagem à Espanha, atual campeã mundial de futebol., terra do Padre Arrizmendiarreta, fundador do grupo cooperativo Mondragón e autor dessa máxima).
  Ênio Meinen é advogado, pós-graduado em direito e em gestão estratégica de pessoas e autor de vários artigos e livros sobre cooperativismo financeiro – área na qual atua há 30 anos -, entre eles “O cooperativismo de crédito ontem, hoje e amanhã“. Atualmente, é diretor de operações do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob).
 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Cooperativas rurais e o CAR

Quando presidiu a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados o deputado federal Giovani Cherini chamou a Ministra Izabella Teixeira para debater o Código Florestal 



Iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) busca divulgar a importância da regularização ambiental das propriedades e posses rurais. 
Quem não estiver cadastrado até 2017, não terá crédito rural, conforme manda a Lei 12.651/12.

O PRA foi regulamentado pelo Decreto Presidencial nº 8.235, de 5 de maio de 2014, e trata da regularização das Áreas de Preservação Permanente (APPs), de Reserva Legal (RL) e de Uso Restrito (UR) mediante recuperação, recomposição, regeneração ou compensação.
Cooperativismo
O cooperativismo agropecuário é responsável por cerca de 50% da produção agrícola nacional, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a OCB, o setor agropecuário no Brasil reúne 1.561 cooperativas, 1 milhão de cooperados e aproximadamente 165 mil empregados.
Sobre o CAR

O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é obrigatório para os cerca de 5,6 milhões de propriedades e posses rurais do país. Foi instituído pelo atual Código Florestal (Lei 12.651/12) e teve seus procedimentos detalhados na Instrução Normativa nº 2, de 6 de maio de 2014, assinada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. 

terça-feira, 3 de junho de 2014

Mudança na Lei do Cooperativismo é aprovada na CRA


Com manifestação contrária de cooperativas de economia solidária, lida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) aprovou na quinta-feira (29) substitutivo do senador Waldemir Moka (PMDB-MS) a dois projetos que tramitam em conjunto e modificam a Lei Geral do Cooperativismo (Lei 5.764/1971).
Ao ler seu relatório, Moka ressaltou que, para elaborar o texto, realizou diversas reuniões com representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e com entidades reunidas em torno da União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias (Unicopas).
Já Suplicy diz ser necessário elaborar uma proposta que represente a pluralidade de agentes envolvidos no cooperativismo. Ele espera chegar ao consenso na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para onde a proposta segue agora, para votação terminativa.
Conforme o relator, é consenso a necessidade de revisão da lei, que vigora desde 1971. No entanto, Moka observa que, por falta de entendimento sobre como devem ser as mudanças, os projetos estão tramitando na Casa há 15 anos, sem que se tenha conseguido acordo para que sejam aprovados.
O substitutivo estabelece que as duas entidades nacionais – OCB e Unicopas – passam a representar o sistema cooperativista. Atualmente, a legislação atribui esse papel apenas à OCB. De acordo com o substitutivo, é obrigatório o registro de todas as cooperativas em uma das duas entidades.
Prevê também, a título de Contribuição Cooperativista, que seja recolhido anualmente pela cooperativa, a favor da entidade nacional, 0,2% do valor do capital integralizado e fundos da cooperativa, no exercício social do ano anterior.
Gestão
No substitutivo, o relator aproveitou sugestões contidas no PLS 3/2007, do ex-senador Osmar Dias (PDT-PR), e no PLS 153/2007, de Eduardo Suplicy. Conforme o texto aprovado, a gestão da cooperativa estará a cargo de um conselho de administração, que pode ser apoiado por uma diretoria executiva. A escolha dos administradores da cooperativa deve ser em processo separado da eleição do conselho fiscal.
O substitutivo prevê que o conselho de administração será composto por, no mínimo, três associados, eleitos em Assembleia Geral, para gestão de, no máximo, quatro anos. Não poderão compor uma mesma diretoria pessoas que sejam parentes até segundo grau.
No texto, Moka sugere a inclusão da tipificação de crimes e penalidades em casos de fraude a credores, violação de sigilo, favorecimento de credores, desvio, ocultação ou apropriação de bens e aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens.
Número de sócios
 Moka manteve regra atual que exige no mínimo vinte pessoas para formação de sociedades cooperativas. Suplicy propõe que o número mínimo seja reduzido para sete, de forma a possibilitar a constituição de pequenas cooperativas.
Esse mínimo de sete pessoas seria suficiente para preencher os cargos de gestão e fiscalização, mas Moka rejeitou a proposta por considerar temerária uma composição que não permite a renovação do comando da cooperativa, apenas o rodízio entre os membros.
O trabalho feito por Waldemir Moka foi elogiado por Ana Amélia (PP-RS), Acir Gurgacz (PDT-RO), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Jayme Campos (DEM-MT) e Ruben Figueiró (PSDB-MS).

A votação da matéria na CRA foi acompanhada por Paul Singer, secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, e Odacir Klein, presidente da União Brasileira de Biodiesel.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Roberto Rodrigues RESPONDE: A representação política e institucional do cooperativismo no Brasil


 
Hoje, o parlamento brasileiro têm uma frente parlamentarista brilhante, que segue rigorosamente os preceitos emanados pela OCB. Criada na Constituinte de 1988 e liderada pelo deputado Ivo Vanderlinde, a primeira frente parlamentar tinha 127 deputados e permitiu que colocássemos 100 artigos na Constituinte. Hoje, a Frencoop continua lá, sob o comando do deputado Osmar Serraglio [empossado em 08 de abril de 2014, sucedendo ao senador Waldemir Moka), sempre com uma parceria íntima com o sistema OCB, unindo 233 deputados e 30 senadores. Vejo tudo isso como um avanço significativo para o cooperativismo brasileiro, fazendo com que seja reconhecido no mundo todo. Tanto é verdade que nunca mais o Brasil saiu do conselho da ACI mundial nem do continental da ACI Américas. O Brasil tem um papel forte no cooperativismo do mundo inteiro e isso se deve exclusivamente à liderança da OCB e à participação das cooperativas sob sua orientação.

Roberto Rodrigues é Embaixador Especial da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) para o Cooperativismo e o responsável pelos primeiros passos rumo à internacionalização do cooperativismo brasileiro. As ações envolveram participação direta junto à Organização das Cooperativas da América – OCA, da qual foi vice-presidente, e filiação da Organização das Cooperativas do Brasil OCB à Aliança Cooperativa Internacional (ACI), instituição que presidiu de 1997 a 2001, configurando-se o primeiro não-europeu a assumir a Presidência daquela instituição.