sexta-feira, 30 de maio de 2014

III Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC), já podem se inscrever



Profissionais interessados têm até o dia 16 de junho para apresentar propostas de artigos

Brasília (21/05) – Os interessados – alunos, professores, cooperados – em submeter seus trabalhos acadêmicos ou suas boas práticas à banca que definirá a apresentação dos cases durante o REGULAMENTO.

O III EBPC é uma realização dos Sistemas OCB e OCB/TO, promovido pela Rede Brasileira de Pesquisadores em Cooperativismo (RBPC), com o apoio da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

O encontro será realizado entre os dias 20 e 22 de outubro, no campus da UFT, em Palmas. O tema da terceira edição é “Cooperativismo como Modelo de Negócios: as cooperativas conquistam desenvolvimento sustentável para todos”.

INTENÇÃO - O Sistema OCB visa a aproximar a área acadêmica da real necessidade das cooperativas, propondo debates fundamentados em pontos definidos pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) como essenciais ao desenvolvimento do setor e à sua consolidação nos próximos 10 anos, na chamada “Década do Cooperativismo”.

OPORTUNIDADE - Além da apresentação dos trabalhos haverá palestras e mesas-redondas, que representam grande oportunidade de “networking” social e profissional em questões estratégicas à competitividade e à permanência das cooperativas no mercado global.

ATENÇÃO - Será aceita a inscrição de trabalhos nas modalidades: artigo, artigo de iniciação científica e/ou trabalho de conclusão de curso e relato de práticas. Os interessados podem CLICAR AQUI para obter todas as informações sobre como se inscrever.
III Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC), já podem se inscrever. Todas as informações a respeito da forma e do que inscrever estão no

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Câmara aprova criação da Categoria Cooperativa de Transporte de Cargas

Segundo o vice-presidente da Frencoop Nacional, deputado Federal Giovani Cherini, é necessário concentrar esforços no Poder Executivo, principalmente Casa Civil, Ministério dos Transportes e ANTT, para demonstrar a importância da sanção do artigo incluído. 

A Câmara dos Deputados votou no dia 21 de maio, a Medida Provisória nº 634/13 que contém dispositivo proposto pelo Sistema OCB, alterando a Lei 11.442/2007 e definindo diretrizes para a categoria Cooperativa de Transporte de Cargas (CTC) – tema prioritário para o ramo Transporte. No início da votação, o presidente da Casa, deputado Henrique Alves (RN), por questões regimentais retirou o artigo 24 do texto, mesmo tendo sido aprovado pela Comissão Mista, e recebendo parecer favorável do senador Eunício Oliveira (CE). O argumento do parlamentar foi de que o artigo tratava-se de uma “matéria estranha” ao tema original da medida provisória. Com isso, o Sistema OCB conseguiu intervir na decisão, por meio de recurso no Plenário. Com a aprovação do mesmo, ainda na sessão de ontem, o artigo 24 foi incluído novamente no texto da medida provisória, que acabou sendo votada e aprovada.
A medida provisória seguiu para análise do Senado Federal.


quarta-feira, 28 de maio de 2014

Relatório da Comissão do Cooperativismo de Trabalho ainda faz história


Publicado em 2005, traz pesquisa inédita sobre o perfil das cooperativas de trabalho do Estado 



Na semana passada foi procurado por um dirigente de uma cooperativa que estava  a procura do livro publicado pela  Comissão do Cooperativismo de Trabalho, em 2005, que traz uma  pesquisa inédita do perfil sócio-econômico das cooperativas de trabalho no Rio Grande do Sul. Os dados foram explanados no encerramento das atividades da Comissão Especial do Cooperativismo de Trabalho, Emprego e Renda, presidida pelo deputado Giovani Cherini e assessorada por Luiz Roberto Dalpiaz Rech e o professor Vergilio Perius.  Dentre as principais recomendações contidas nas 394 páginas do relatório final da comissão está a correta aplicação, por parte da Justiça e das Autoridades Federais, da legislação que protege as cooperativas de trabalho. Além disso, o documento aponta para uma necessidade da anulação dos "Termos de Ajuste de Conduta" firmados entre o Ministério Público do Trabalho e os tomadores de serviços, tanto públicos como privados.
Em 2005 tínhamos 578 cooperativas de trabalho atuando. Destas, somente 263 cooperativas gaúchas tinham registro na OCERGS. A média de associados por cooperativa era de 1.069. Cada uma gerava 386 postos de trabalho no Estado, contribuindo para a efetiva redução do desemprego e do subemprego no Rio Grande do Sul.

Acesse o relatório completo:

terça-feira, 27 de maio de 2014

Vem aí, “o Menino que Cooperava”


Porque estou escrevendo este livro para CRIANÇAS: Desenvolver nos "pequeninos" o senso de COOPERAÇÃO. Quando há cooperação entre as pessoas a vida acontece de forma prazerosa e participativa. Cooperar é operar, trabalhar juntos. Nenhum objeto na natureza é completamente independente. Quando este princípio de interdependência é envolvido com o seu propósito e se faz consciente, encontra sua máxima expressão no princípio de cooperação.
A cooperação é essencialmente uma característica humana e está baseada na equidade de mérito para cada indivíduo. Entretanto é no reino humano que esta característica de igualdade faz com que a cooperação seja tão inaceitável, posto que poucos homens admitirão que a sua nação, sua raça, sua classe social ou sua família não seja superior às outras.


segunda-feira, 26 de maio de 2014

“COOPERATIVISMO” DAS CRENÇAS

O livro que todo cooperativista deve ler é “Biologia das Crenças” de Bruce Lipton. O cientista que ajudou a revolucionar a biologia, ao examinar as reações químicas nas células apoiado na física quântica, afirma que é a mente que modela a vida das pessoas. Mente sadia, cooperativismo sadio.




MAHATMA GANDHI:
SUAS CRENÇAS SE TORNAM SEUS PENSAMENTOS.
SEUS PENSAMENTOS SE TORNAM SUAS PALAVRAS.
SUAS PALAVRAS SE TORNAM SUAS AÇÕES.
SUAS AÇÕES SE TORNAM SEUS HÁBITOS.
SEUS HÁBITOS SE TORNAM SEUS VALORES.
SEUS VALORES SE TORNAM O SEU DESTINO.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Padre Theodor Amstad é patrono do cooperativismo gaúcho



A Lei estadual nº 11.995/2003 (a primeira legislação encetada por um Estado a tratar do tema em nível nacional – emenda do então deputado estadual Giovani Cherini) definiu o “Pai dos Colonos” como patrono do cooperativismo gaúcho.

O Deputado Federal Giovani Cherini, vice-presidente da FRENCOOP é autor do Projeto de Lei nº 4280/12, declara o Padre Theodor Amstad Patrono do Cooperativismo Brasileiro. 
Segundo o parlamentar, o projeto tem por objetivo prestar justa homenagem à memorável figura do padre Theodor Amstad considerado o introdutor do cooperativismo no Brasil.
Padre Theodor nasceu em 9 de novembro de 1851, em Beckenried, no cantão de Urwalden, junto ao Lago dos Quatro Cantões, na Suíça. Procedente da Inglaterra chegou ao Brasil em 1885, passando a prestar assistência econômica, social e cultural aos colonos do Rio Grande do Sul,  dando início ao movimento de fundação das associações de lavradores, cooperativas e caixas Raiffeisen  naquele Estado. 
É de bom alvitre ressaltar, que antes mesmo que o governo brasileiro editasse a primeira legislação sobre o cooperativismo, em 1907, o padre Amstad já havia elaborado em 1903, as primeiras diretrizes para a constituição de cooperativas.
Segundo registro na obra “Cooperativas de Crédito – História da evolução normativa no Brasil”, publicada pelo Banco Central do Brasil, de autoria do Marcos Antonio Henriques Pinheiro, 6ª Edição “(...) apenas dois anos após a fundação da primeira cooperativa de crédito das Américas, em Quebec, no Canadá, foi constituída, em 28 de dezembro de 1902, a primeira cooperativa de crédito brasileira, na localidade de Linha Imperial, município de
Nova Petrópolis (RS): à Caixa de Economia e Empréstimos Amstad, posteriormente batizada de Caixa Rural de Nova Petrópolis” (...) que continua em atividade até hoje, sob a denominação de Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Pioneira da Serra Gaúcha – Sicredi Pioneira/RS”.
E mais, o Padre Amstad, criou os municípios de Acaí e Nova Petrópolis com o auxílio de produtores rurais familiares, além de ter se destacado por sua participação em lideranças religiosas, católicas e evangélicas desenvolvidos durante trinta e oito anos de atividades pastorais.
Na noite de 8 de novembro de 1938, o Padre Amstad faleceu, em São Leopoldo, na casa dos jesuítas, deixando, como legado, muitas obras e iniciativas de relevante impacto comunitário.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

STF decide ser inconstitucional cobrança de contribuição previdenciária para empresas que contratam cooperativas

Cooperados da Cootravipa- Cooperativa dos Trabalhadores de Vilas de Porto Alegre em ação 
Foi julgado recentemente no Supremo Tribunal Federal o Recurso Extraordinário que considerou inconstitucional a obrigatoriedade da incidência da Contribuição Previdenciária de 15%, sobre faturas recebidas das empresas que contratam cooperativas de trabalho.
Desde a alteração do artigo 22, inciso IV da Lei 8.212/91 pela lei 9.876/99, as empresas que contratam cooperativas de trabalho eram obrigadas a recolher o montante de 15% sobre as faturas recebidas por essas empresas a titulo de contribuição previdenciária.
Entretanto, a cobrança não encontrava respaldo nas hipóteses autorizadas pela Constituição Federal. Por exemplo, em seu artigo 95, que trata do custeio da Seguridade Social. Mesmo assim, apesar impossibilidade de cobrança, o não recolhimento da contribuição estava gerando fiscalizações e autuações do fisco federal.
Outras inconsistências também foram ignoradas pelo legislador. Dentre elas o artigo 154, I da Constituição Federal, que define ser competência da União instituir tal tributo.

Diante disso, é recomendável que as empresas façam um levantamento dos valores recolhidos a titulo de contribuição previdenciária nos pagamentos efetuados a cooperativas, tendo em vista e iminente possibilidade em recuperar esses valores em esferas administrativas e/ou judicial.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

IMPORTANTE PARA O COOPERATIVISMO: VEM AÍ O LIVRO “SÍMBOLOS DO RS”



A 5º Edição dos Símbolos do Rio Grande do Sul, agora em livro, versão português/francês, será colocado a disposição do público no próximo mês.
Os símbolos ecológicos e culturais do RGS vem ao encontro do outro símbolo do nosso Estado que é o cooperativismo. Ambos se confundem. Não podemos esquecer que o CHIMARRÃO, por exemplo, é o verdadeiro símbolo da cooperação – pois UNE OS GAÚCHOS. O livro Importância para as crianças
A livro visa informar e, principalmente, desenvolver através dos personagens a sensibilidade, percepção, amor, criatividade, imaginação, ingredientes indispensáveis aos novos cidadãos que pretendemos formar. A leitura e o trabalho com o livro, pode contribuir muito para mostrar as crianças a importância dos nossos Símbolos. Os conteúdos das histórias de cada livro são baseados nos princípios da Educação Emocional. Ensina a criança o senso de respeito, de importância, responsabilidade e COOPERAÇÃO. Não apenas dizendo-lhes ou impondo-lhes responsabilidades, mas compartilhando responsabilidades com ela isto é, a responsabilidade de conhecer, divulgar, preservar e cultuar os símbolos da nossa terra.
SIMBOLOS:

I - Quero-Quero
Lei nº 7.418,  de 1º de dezembro de 1980.
Institui como Ave-Símbolo do Rio Grande do Sul o Quero-Quero,
Belonopteru Cayennensis.
                                                      
II - Erva-mate                                                 
Árvore símbolo
Lei nº 7.439, de 8 de dezembro de 1980.
Institui a Erva-Mate "Ilex Paraquariensis" como a Árvore Símbolo
do Rio Grande do Sul.
III - Chimarrão
Lei nº 11.929, de 20 de Junho de 2003.
Institui o chimarrão como “bebida símbolo” do
Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.
IV - Brinco-de-Princesa
Decreto n° 38.400,  de 16 de abril de 1998.
Institui como Símbolo do Estado do Rio Grande do Sul a espécie Brinco-de-Princesa, “Fuchsia Regia (Vell.) Munz”, da Família ONAGRACEAE.
V - Cavalo Crioulo
Lei nº  11.826, de 26 de agosto de 2002.
Fica incluído o Cavalo Crioulo como animal-símbolo do
Estado do Rio Grande do Sul.
VI - Marcela
Lei nº 11.858, de 05 de dezembro de 2002.
Institui, como Planta Medicinal Símbolo do Estado do Rio Grande do
Sul a Achyrocline Satureioides, da família asteracea,
vulgarmente conhecida como macela ou marcela e por
eloyatei-caá em Tupi-guarani.
VII – LAÇADOR
Lei nº 12.992, de 2008.
Declara a Estátua do Laçador integrante do patrimônio histórico  e cultura e escultura símbolo do Estado do Rio Grande do Sul.
VIII – GAITA
Lei nº 13.513, de 08 de setembro de 2010.
Institui a Gaita (Acordeom) como instrumento musical símbolo do
Estado do Rio Grande do Sul.
IX - CARREIRA DE CANCHA RETA
Lei nº. 14.525/2014 - Institui as Carreiras de Cavalos em Cancha Reta como
modalidade de esporte eqüestre símbolo do Estado do Rio Grande do Sul.

Sobre os autores:
Roberto Rech
Autor dos livros: Liderança Sem Fronteiras (4º edição). Amaz, o Macaquinho Azul (3º edição), Oratória para Crianças, o Peixinho Vermelho, Receitas da Bruxinha Nathy, Coleção Símbolos do RGS  e mais de uma dezena de livros técnicos/marketing. Fundador e professor da Cooperativa Universidade de Líderes Juventude Sem Fronteiras.
Giovani Cherini
Autor dos livros: Objetivos de Vida (6º edição); Liderança Sem Fronteiras (4º edição); Objetivos de Vida para Crianças, Coleção Símbolos do RGS  e outras obras. Fundador e coordenador da Cooperativa Universidade de Líderes Juventude Sem Fronteiras.

Contatos:
Editora Imprensa Livre
Rua Comandaí, 801 – Cristal – Porto Alegre/RS
Fone: 51 3249-7146 – 3029-6070

terça-feira, 20 de maio de 2014

O Desabafo do Marreco (O leite ia para a Cooperativa)



Dias desses resolvi visitar o “Marreco”. Pensei comigo, visitá-lo durante a semana será um desperdício, afinal, o trabalho na roça não tem descanso. “Marreco” deve estar removendo a terra com arado de bois, realizando alguma roçada, ou simplesmente, limpando o feijão preto em alguma roça do morro.
Enganei-me. Ao chegar às proximidades da casa já o avistei, sentado a varanda, olhando firme o horizonte.
Comentei com a minha esposa. O “marreco” só pode estar doente para estar assim, plantado que nem pé de couve. Mal estacionara o carro, fomos recebidos com euforia pelo guaipequinha faceiro, que contrastava com o semblante sério e sizudo do tio agricultor.
Depois de um – “sai pra lá vinagre” - meio anasalado, o “marreco” veio em nossa direção a passo lento, mas, com ares de decidido.
- Pués então sobrinho, que ventos te trazem aqui?
- Saudades da terra e de todos, tio “marreco”, respondi.
- Pués então, tchê, mate logo a saudades antes que eles nos expulsem daqui.
- Como assim tio, quem é que quer te expulsar, se a casa é tua, a propriedade também (foi herdada do meu avô), não estou entendendo, afirmei.
- Mas então tu não sabes? – perguntou, meio assombrado. - Tá todo mundo dizendo que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.
“Veja só: o sítio de meu pai, que agora é meu, fica a 17 km da cidade. A água do poço daqui lembra? Limpa, pura, que a vovó servia pra ti e os primos, nos arretouços da infância? Pois é a mesma água com que ela criou 5 filhas e seis filhos. Não faz muito, um homem do governo passou aqui e disse que tenho que fechar o poço, fazer uma tal de outorga, pagar umas taxas e mais um monte de coisas.
Eu lhe disse: – Moço, mas foi meu pai que cavô... E ele respondeu: é um caso de saúde muito sério! - e foi embora.
Sem falar na produção do fumo, sobrinho. Antes, eu, a mulher e tua prima Lia, dávamos conta do recado, mas tive que mandar a Lia pra cidade, depois que vi uma reportagem na televisão: eu podia ser acusado de exploração de menor! Já pensou? Ela me ajudava muito no cultivo do fumo; ficando sozinho, tu sabes como tudo é trabalhoso, arar a terra, preparar as mudas, plantar, colher, secar na estufa, fazer manoco, prensar, tive que contratar um ajudante. Ainda te lembras do Rui? Pois é, se foi para cidade e pediu trabalho para o filho dele, que não tinha nem onde morar. Assinei-lhe a carteira, como manda a lei. E dei-lhe o quarto da nossa filha. Faceiro, que nem gringo de tamanco novo, já fazia parte da família. Mas vieram umas pessoas da Delegacia do Trabalho, e falaram que se o empregado (para mim - um filho!) fosse cuidar da estufa à noite, tinha que receber adicional noturno, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo. Tu já trabalhaste no fumo, né, sobrinho, então tu sabes do que estou falando. Como é que vou desligar a estufa e parar a secagem nos finais de semana? Ele também me ajudava no leite, que é outra fonte de renda aqui em casa, garantida pela Cooperativa que compra a produção. Como vou dizer pra vaquinha que agora o leite tem dia e hora pra ela soltar?
O pessoal da Delegacia do Trabalho foi examinar o quarto do empregado. Acharam a cama curta, claro, era da minha filha, menor que ele. Olha, sobrinho, se ele ficava com os pés de fora, pra mim nunca se queixou! Ainda bem que eu tinha trocado, uns dias antes, o lampião a querosene pela luz que recém chegou através do programa do governo, senão iam me processar por isso também.
Sabe a comida gostosa que tua tia faz? O Vanil, nosso empregado, comia com a gente na mesa (era, como eu disse, da família!). Explicaram-me que, por lei, a comida tinha que integrar o salário dele. Quando foram embora, cheio de tristeza, chamei o Vanil e não contendo as lágrimas, o despedi. No outro dia ele pegou o ônibus e foi pra cidade. Depois, disso, a última notícia que tive dele é que foi parar numa delegacia, o agrediram e ficou deficiente de um ouvido.
Sem a ajuda do Vanil parei com o fumo. Comprei mais uma vaquinha e a mulher ajuda, apesar das dores que adquiriu nas cadeiras e da bexiga caída desde que ganhou a nossa filha. Às 5 da manhã eu levo o tarro até a estrada e espero pacientemente o caminhão da Cooperativa. Se chove, nem saio de casa. O riacho enche e quem se diverte com o leite são os porcos. Melhor, se divertiam, hoje o leite vai todinho fora.
Agora, vieram outros homens aqui, e um policial, dizendo que eu tinha que encerrar a criação de porcos, pois o chiqueiro estava a menos de 20m do riacho. Deram-me um prazo para resolver o problema. Medi aqui, medi ali e nada de conseguir chegar aos 30 metros exigidos. Ganhei uma multa tão pesada, que nem a nossa mula podia carregar! O dinheiro da venda dos porquinhos, das tábuas e das telhas foi insuficientes para pagar. Tive que recorrer a uma poupancinha da minha filha, que juntara durante anos para quando casasse. Deu processo, fui chamado pelo promotor. Tive que levar junto um advogado, tentei lhe pagar com o leite da Malhada e meia dúzia de ovos da Marilu, mas ele não aceitou. Ainda bem que a Cooperativa me salvou de novo. Condenado, tive que pagar 2 cestas básicas e dar para uma comunidade carente. Disseram que eu estava poluindo o rio e poderia até ser preso.
Já pensou eu na prisão, sobrinho? O que iam dizer de mim na comunidade? Com que cara eu iria à missa aos domingos, à cancha reta, ao jogo do osso? Eu seria capaz de cometer uma bobagem!!
Então eu te pergunto: lá onde tu moras, na cidade grande, também tem rio, riacho ou coisa parecida? Tem! Quer dizer que cada um que joga alguma coisa no rio também é multado? Coitada dessa gente! Se aqui é assim, imagina lá. Deve ter muito mais gente multada, e não deve existir nenhum tipo de lixo...
Só sei que aqui no mato a gente não pode sujar o rio. Muito menos cortar uma árvore, tirar um cabo de ancinho, de enxada ou de machado sem autorização do pessoal do batalhão ambiental.
Noutro dia multaram o Nozari. Lembra do Nozari, né, que estudou contigo? Jogava uma bola! Ganhando um dinheirinho na cidade, voltou pra cá pra cuidar da terra do falecido pai dele. Pois então, juro pelos meus olhos: ele levou uma multa do batalhão, tão grande, que nem vendendo tudo o que tem na vida paga a metade dela. É um dinheirão. Ele até contratou um doutor para recorrer. O crime dele foi querer plantar. Tinha que ver o desencanto dele. Chegou a dizer pra mim: “marreco”, eu não sabia que não podia aumentar a área da minha rocinha. Se pelo menos tivesse falado no colégio o meu filho teria avisado.
E, para variar, comigo aconteceu algo parecido com o Nozari. Sabe aquele pinheiro que o tio Arcanjo havia plantado? Pois é, resolvi aproveitar a madeira antes que destruísse o nosso galpão.
Ressabiado, fui até o batalhão pedir autorização. Preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vir fazer o tal de laudo e, então, autorizar o aproveitamento da madeira. Passou uma semana, duas, três e nada. Cada ventinho que batia eu via o galpão vindo abaixo com a queda do pinheiro. Um dia falei pra mulher: chega de esperar e meti o machado nele! Dito e feito. Parece que o pessoal do batalhão ouviu o estrondo da árvore e no dia seguinte apareceram pra me multar. Logo pensei no caso dos porcos, no promotor, nas cestas básicas. Passei uns três dias tomando chá de laranjeira para me acalmar. Pensei: se a multa for que nem a do vizinho vou ter que vender o sitio para pagá-la. Se não pagar me processam e ainda sou capaz de perder a terra e tudo o que consegui até hoje. Não quero ficar com uma mão na frente e outra atrás que nem o Antonio. O caso dele não foi por causa dos homens do batalhão, mas por ter comprado um tratorzinho. A coisa não andou como ele queria, muita seca, produziu pouco e não conseguiu pagar o financiamento. O Banco não perdoou. Sem a máquina, ele vai ter que arar com os bois. É mais trabalhoso e lento, mas fazer o quê!
Tou preocupado sobrinho. Dizem que os deputados vão aprovar uma nova lei ambiental e que a coisa vai arrochar ainda mais para o nosso lado. O rádio não para de falar nisso. Noutro dia assisti a uma palestra onde um doutor disse que vamos ter que nos adaptar as novas normas que vem por ai. É a tal de reserva legal. A rádio disse que quem tiver uma sanguinha na propriedade, que é o meu caso, vai ter que plantar 30 metros de mata de cada lado.
O homem falou de mais um monte de normas que vamos ter que nos adequar. São tantas que nem lembro direito.

Será que estas novas normas também valem para a pessoal da cidade?
Olha sobrinho, é melhor vender tudo e ir para a cidade grande. Lá não tem problema nenhum. Com o dinheiro do sitio compro uma casinha, com luz elétrica, TV sem parabólica e não precisa criar porco, galinha e produzir alface, leite, queijo, chimia. É só abrir a geladeira e tá tudo ali. Também vou comprar um telefone, muito útil em casos de emergência, e o hospital fica perto. Eu e tu vamos ser vizinhos na cidade. Nem vou contar que vim do interior, senão o promotor vai mandar me prender dizendo que fugi dos meus “crimes” lá no campo!
  
O “marreco”, para informação do leitor, é meu tio. Temos praticamente a mesma idade. Estudávamos juntos na escola Hilário Ribeiro na comunidade da Barra do Ouro, interior do município de Maquiné. Aos 15 anos eu decidi ir para a cidade. O Marreco ficou. Ficou com o sitio, cuidando da plantação, respirando ar puro, sentindo o cheiro da mata, vendo o cintilar das águas puras dos rios e ouvindo o pampeano cantar das saracuras. Mal sabia ele que o preço que teria que “pagar” para usufruir deste “paraíso”.

Luiz Roberto Dalpiaz Rech 

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Nova Petrópolis ostenta o título de Capital Nacional do Cooperativismo


O município de Nova Petrópolis é considerado a Capital Nacional do Cooperativismo, através da lei estadual 13.077/2008, de autoria do deputado Giovani Cherini . Posteriormente, teve o título reconhecido nacionalmente, com a sanção da lei federal 12.205/2010, apresentada pelo deputado Pepe Vargas.  Destacamos  o espírito empreendedor da cidade serrana, considerada berço do cooperativismo por sediar a primeira cooperativa de crédito da América Latina, a Sicredi Pioneira RS. Nova Petrópolis deve servir de exemplo a todo País, por incentivar o sistema cooperativo como meio de organização econômica da sociedade. Nova Petrópolis é considerada irmã da cidade argentina Sunchales. Com 22 mil habitantes, Sunchales possui 24 cooperativas em diversos ramos, e também detém o título de Capital Nacional do Cooperativismo.

Padre Amstad – O  padre suíço Theodor Amstad chegou ao Brasil em 1897, no rastro dos primeiros imigrantes alemães que vieram colonizar a Serra gaúcha. Foi ele que instituiu em Nova Petrópolis, com o apoio dos moradores, um modelo de cooperativa de crédito em funcionamento na Europa. Em 28 de dezembro de 1902, na localidade de Linha Imperial, foi assinada a ata de fundação da Caixa de Economia e Empréstimos de Nova Petrópolis Amstad. A notícia se espalhou por todo o Estado, sendo criadas outras instituições com o mesmo perfil, formando assim uma grande rede. A primeira cooperativa de crédito mudou muitas vezes de nome, sofreu grandes dificuldades, mas resistiu e, hoje, é conhecida como Sicredi Pioneira RS.

sábado, 17 de maio de 2014



Aprovar o Ato cooperativo é prioridade
diz o Deputado Giovani Cherini

Previsto na Constituição de 1988, ainda aguarda regulamentação.


Alcides Mandelli Stumpf, diretor da Unimed, Dep. Giovani Cherini e Marco Túlio de Rose, assessor Jurídico da UNIMED.
O Projeto de Lei Complementar (PLP) 271/2005, que trata sobre o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo esteve prestes a ser aprovado no mês de março de 2013. Depois de 360 deputados terem aprovado, em sessão extraordinária da Câmara dos Deputados, requerimento de urgência, o deputado cooperativista Giovani Cherini  apresentou, no dia 22 de maio de 2013, Substitutivo ao Projeto de Lei Complementar. Este havia sido discutido amplamente pela OCB, pelo Legislativo e pelo Governo. 
Naquele momento, o relator estava animado pois havia consenso. Para Cherini, que é vice-presidente da Frente Nacional de Apoio ao Cooperativismo do Congresso Nacional, a aprovação do Ato Cooperativo, previsto na Constituição de 1998, significa uma grande conquista ao cooperativismo, pois vai dar segurança jurídica e tributária às 6.587 cooperativas e aos mais de 10 milhões de cooperados do Sistema OCB.
O PLP 271/2005 tem o objetivo de demonstrar exatamente em que momento incide a legislação tributária brasileira em suas operações, evitando que a cooperativa seja obrigada a recolher tributos cujos fatos geradores nela não tenham ocorrido, haja vista a ausência de fins lucrativos nas sociedades cooperativas. Estão nessa relação, por exemplo, a CSLL e as contribuições PIS/Cofins. Assim, busca-se delimitar a incidência tributária na pessoa do cooperado, verdadeiro contribuinte.
A defesa do cooperativismo tem sido um dos eixos do deputado Giovani Cherini na Câmara dos Deputados. Ele comemora a  recente decisão do Supremo Tribunal Federal que declarou a inconstitucionalidade do dispositivo da Lei nº 8.212, de 1991, que no seu art. 22, inciso IV, previa a contribuição de 15% sobre o valor do serviço prestado por meio de cooperativa de trabalho. Infelizmente, em uma outra decisão sobre o PIS, as cooperativas de saúde não tiveram reconhecido o seu direito de não recolhimento do PIS, uma vez que as cooperativas de saúde trabalham, sim, são criadas para prestar atendimento às pessoas que são clientes e não são cooperados. Por isso a importância da aprovação do Ato Cooperativo.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Cooperativa promove um dos maiores encontros mundiais de práticas integrativas em saúde

O 9º Encontro Holístico Brasileiro abordou a tríade Saúde, Ciência e Espiritualidade, em uma conferência realizada nos dias 28, 29 e 30 de março na capital gaúcha.


A maior conferência do gênero no Brasil, realizada em Porto Alegre, promovida pela Cooperativa Universidade de Líderes Juventude Sem Fronteiras – Cooplíder,  reuniu um público de 4.200 e profissionais com trabalhos reconhecidos nacional e internacionalmente. O principal objetivo da conferência foi o de propagar um novo paradigma holístico capaz de trabalhar o ser humano em todas as suas dimensões: material, mental, emocional e espiritual.
Na oportunidade, 120 expositores participaram da Mostra Holística onde apresentaram ao público projetos, técnicas, produtos e tecnologias na área das práticas integrativas em saúde.
Na área de atendimentos gratuitos, 1500 pessoas foram beneficiadas com aplicação de reiki, Jin Shin Jyutsu, numerologia, massoterapia, fluídos bastões e outras técnicas. Mais de 40 terapeutas do Brasil e do exterior trabalharam voluntariamente nestes atendimentos.

O encontro, que contou com a apresentação de 30 palestrantes, foi direcionado aos terapeutas holísticos, apreciadores do tema, acadêmicos e profissionais de psicologia e área afins, pesquisadores, professores e profissionais das áreas Médica, Engenharia, Arquitetura, Fisioterapia, Enfermagem, Pedagogia, Saúde etc., além de secretários municipais de Saúde e de Educação.

Para o deputado federal Giovani Cherini, presidente da Frente Parlamentar de Práticas Integrativas em Saúde da Câmara Federal, o encontro teve como objetivos, também, sensibilizar cada indivíduo sobre a importância da espiritualidade, propiciando aos participantes reflexões e vivências que os levem a encontrar caminhos que possibilitem, por meio do despertar da consciência, do amor, da sabedoria e da ética inerentes a todos os seres, restabelecer a saúde, o equilíbrio, o bem-estar e a qualidade de vida. “O evento tem o objetivo de compreender o conceito de espiritualidade na família, no trabalho e na política, no sentido de estimular as pessoas, as equipes e as organizações a identificar e praticar ações de responsabilidade social, atuando, conscientemente, com foco no servir, que é a chave do bem-estar, gerando entusiasmo, determinação e realização”, resumiu o idealizador Giovani Cherini.
O Símbolo do encontro, o “Prêmio Kokhmahá”, em sua quarta edição, foi entregue às entidades, instituições, veículos e pessoas que se destacaram na aplicação de terapias integrativas no campo da saúde e do meio ambiente. Entre os homenageados, que propagam, difundem e estudam as terapias complementares na saúde, destacaram-se o Hospital de Medicina Alternativa (HMA), uma unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás especializada em práticas integrativas e complementares, com foco especial, desde a sua origem, na milenar medicina Ayurvédica, além da Fitoterapia, Homeopatia e Acupuntura e a Associação Gaúcha de Terapias com Animais – AGATA.
O próximo evento, o 10º Encontro Holístico Brasileiro, será realizado de 27 a 29 de março de 2015, em Porto Alegre. A RBS TV, deu ampla cobertura. A reportagem pode ser vista em: http://globotv.globo.com/rbs-rs/bom-dia-rio-grande/v/encontro-holistico-brasileiro-reuniu-mais-de-quatro-mil-pessoas-em-porto-alegre/3249515/

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Roberto Rech

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Na memória dos gaúchos: Cooperação: O Rio Grande Acima das Diferenças


O Blog abre com este fato: Um cooperativista de “pura cepa” comentou dia desses. “Dificilmente, neste rincão de Deus, vai aparecer alguém com tanta coragem para propor a união de todos os gaúchos através da Cooperação. Este com sujeito referia-se ao Cooperação: O Rio Grande Acima das Diferenças, programa de gestão, idealizado pelo então presidente da Assembleia Legislativa do RS, deputado cooperativista Giovani Cherini. Eu tive o privilégio de coordenar o Programa através do Fórum  Democrático de Desenvolvimento Regional e não tenho dúvidas de que o nosso Estado passou a viver um novo momento político depois do “Cooperação”.  Os ELOS (verde, amarelo e vermelho – as cores do Rio Grande), tinham como objetivos irmanar as pessoas em torno de objetivos comuns, neste caso, o de cooperarem umas com as outras.  Lembro que foi “osso duro” convencer a agência de propaganda contratada pela AL, para adoção dos Elos como símbolo do Programa. Os publicitários queriam uma “ferradura”, como símbolo. 

O ‘Cooperação” andou pelo Rio Grande mostrando a pujança do nosso cooperativismo. Emocionante foi a festa de encerramento.  Mais de 700 pessoas estiveram presentes no evento final do Programa Cooperação realizado no Teatro Dante Barone, no dia 26 de janeiro, com a  participação de cooperativas, cooperativistas, Poder Executivo, Ministério Público, Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas. Um evento a altura da cooperação, homenageou  41 cooperativas e entidades que se destacaram no setor cooperativista consolidando o programa de gestão da Casa.

Entre as entidades agraciadas:  Sicredi Pioneira – como a cooperativa mais antiga do Brasil e Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Pioneira da Serra gaúcha, em Nova Petrópolis, Capital Nacional do Cooperativismo;  Cotribá – como a cooperativa agropecuária mais antiga do Brasil em atividade; Creluz – pelo mérito internacional de meio ambiente;  Coopersocial – pelo case Cooperação com Amor; Certel energia – pelo case Meio Ambiente Protegido;  Cotrijal – pelo destaque na agricultura de precisão;  Coopeeb – pelo destaque na formação de jovens para o mundo do trabalho;  Cootravipa – pelo trabalho social de inclusão social; Fecovinho – como o elo que une as cooperativas; Central Sicredi Sul – pela campanha de TV Quem Coopera Cresce;  Federação Unimed – pela atuação na saúde hospitalar;  Coprel – pelo case O Coprelito que ensina;  Fecoagro – pelo trabalho na defesa da agropecuária; Coagrisol – pelo modelo de parceria;  Cosidra – pela defesa do trabalho; CCGL – pela justiça fiscal; Cooperativa Piá – situada em Nova Petrópolis, Capital Nacional do Cooperativismo; Construcia - situada em Nova Petrópolis, Capital Nacional do Cooperativismo; Frencoop de Farroupilha – pela política para a cooperação;  Condon Farroupilha – pela construção em parceria; Camol – pelo programa de rádio A Voz do Cooperativismo;  Cotripal – pelo destaque de notícias em veículos de comunicação impresso; Consulati – como referência do cooperativismo na Metade Sul do Estado; CAAL – pelo case Um Exemplo de Sequestro de Carbono; Uniodonto Federação – pelo case Quem Sorri Vive Melhor; Unicred Central – pelo projeto financiando a saúde; Coopatrigo – pelo cooperativismo missioneiro;  CCN – pelo case Esforço pela união; Cecrers – pelo exemplo de crédito mutualista;  Cootril – pelo case Transportando a Riqueza Cooperativa.

Campanha permanente na progrediu: Com o slogan O Cooperativismo faz bem, a Assembleia Legislativa e o Sistema Ocergs-Sescoop/RS lançaram campanha que objetivava chamar a atenção da sociedade para o trabalho desenvolvido pelas cooperativas, especialmente nos ramos agropecuário, crédito, trabalho, loja de marcenaria em Porto Alegre, saúde, educação, transporte, consumo, eletrificação rural e produção. 
A  Placa alusiva ao histórico programa Cooperação: O Rio Grande acima das diferenças encontra-se fixada em espaço no Vestíbulo Nobre do Palácio Farroupilha. Confira